No mundo dos negócios, a preocupação com o meio ambiente, os direitos sociais e a governança corporativa (ESG) estão cada vez mais em evidência. Empresas e investidores estão buscando maneiras de incorporar as práticas ESG em suas atividades para melhorar seu desempenho financeiro e reduzir os riscos associados às questões ESG. No futebol não é diferente.
A indústria do futebol está crescendo rapidamente em todo o mundo e enfrenta alguns dos mesmos desafios que outras indústrias no que diz respeito à sustentabilidade. Neste artigo, vamos explorar algumas das principais questões ESG no futebol e discutir como clubes, ligas e federações podem abordá-las de forma mais responsável.
O que é ESG?
ESG é a sigla para três dimensões Ambiental, Social e de Governança. As empresas estão cada vez mais sendo pressionadas para assumir uma postura proativa em relação a esses três pilares, que são considerados fundamentais para o desenvolvimento sustentável.
A responsabilidade social corporativa (RSC) é um termo usado para descrever as iniciativas das empresas visando impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade. Enquanto algumas empresas adotam medidas RSC por acreditarem que isso é simplesmente “the right thing to do”, outras reconhecem que há uma ligação direta entre RSC e os seus objetivos de negócios.
Por que o futebol está se tornando um terreno fértil para a sustentabilidade?
Em primeiro lugar, o esporte é extremamente popular e tem um alcance global. Isso significa que há uma enorme base de fãs que podem ser impactados positivamente pelas ações ESG de seus clubes favoritos.
Além disso, o futebol gera enormes quantidades de resíduos, o que representa um grande desafio ambiental. Sendo cada vez mais televisionado e transmitido online, tem aumentado a exposição dos clubes à opinião pública sobre suas práticas ESG.
Por fim, temos o PROFUT – Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, criado através da Lei 13.155/15, que condiciona os clubes estarem em dia com seus tributos para sua participação nos campeonatos e a criação da SAF – Sociedade Anônima do Futebol, criado através da Lei 14.193/21, que estimulam os clubes de futebol migrarem da associação civil sem fins lucrativos para empresarial, mudando para o formato clube-empresa, que dispõe de normas de governança, controle e meios de financiamento específicos para a atividade do futebol.
Com isso em mente, é evidente que os clubes de futebol têm um papel crucial a desempenhar na promoção da sustentabilidade.
Como os clubes de futebol estão implementando práticas ESG?
Muitos clubes de futebol estão implementando práticas ESG para reduzir o impacto de suas atividades no meio ambiente e melhorar a experiência dos torcedores. Exemplos de práticas ESG que os clubes de futebol estão adotando incluem:
• Melhorias na eficiência energética dos estádios
• Implementação de programas de reciclagem
• Instalação de painéis solares nos estádios
• Promoção da sustentabilidade nas viagens dos jogadores e torcedores
• Parcerias com ONGs para realização de projetos sociais
Isso é importante porque as ações ESG têm um impacto significativo na sociedade e no meio ambiente. A melhoria das práticas ESG pode beneficiar o futebol de diversas maneiras.
Por exemplo, ela pode ajudar a diminuir o desperdício de água e energia nos estádios, além de reduzir o risco de acidentes envolvendo jogadores e torcedores. Também pode contribuir para a promoção do bem-estar dos funcionários dos clubes e para a inclusão social de grupos vulneráveis, como mulheres e jovens.
No entanto, é importante notar que as mudanças nas práticas ESG não são simplesmente uma questão de responsabilidade social corporativa. Elas também podem ter um impacto financeiro significativo para os clubes de futebol.
Cada vez mais investidores estão mais interessados em investir em empresas que demonstram boas práticas ESG. Além disso, os clubes que melhoram suas práticas ESG podem se beneficiar com taxas mais baixas de juros para financiamentos e maior facilidade para atrair parceiros comerciais.
Os desafios da sustentabilidade no futebol
Vale destacar que a implementação de ações ESG no futebol ainda é um desafio. Uma das principais barreiras é o alto custo das medidas sustentáveis. Por exemplo, a instalação de painéis solares para aquecimento de água nos estádios custa muito mais do que utilizar energia elétrica convencional.
Além disso, muitos clubes de futebol dependem fortemente de receitas publicitárias e patrocínios, o que pode ser um obstáculo para firmar parcerias com empresas que tenham agendas ambientais fortes.
Outro problema é a falta de transparência na gestão dos clubes. Muitos clubes não divulgam informações sobre suas atividades ESG, o que dificulta o monitoramento e avaliação dessas práticas. Além disso, existe uma tendência generalizada de priorizar os objetivos financeiros em detrimento da sustentabilidade, o que pode levar à adoção de medidas ambientalmente insustentáveis no longo prazo.
Para superar esses desafios, é importante que os clubes trabalhem em estreita colaboração com os torcedores, patrocinadores e investidores para sensibilizar sobre a importância da sustentabilidade e definir metas claras e realistas. Também é crucial investir em tecnologias verdes inovadoras e monitorar constantemente as práticas ESG para garantir que elas estejam alinhadas com os objetivos ambientais globais.
Conclusão
O futebol está se tornando cada vez mais popular e as ações ESG também estão ganhando terreno. A combinação desses dois fatores pode ter um impacto significativo no mundo. Se as pessoas que seguem o futebol se engajarem nas ações ESG, elas podem ajudar a melhorar o mundo para todos. É importante que as pessoas saibam quais são as suas opções e como elas podem fazer a diferença.